Acredito que o maior desafio se encontra na própria formação de professores; isto é, como a temática epistemológica permeia a formação inicial? Quando realizei uma pesquisa de campo com recém formados (sobre concepções epistemológicas) as reflexões filosóficas não eram percebidas como tal. É como se "epistemologia da ciência" aparecesse como um componente curricular, como uma disciplina que se faz no curso. Por que será que essa falta de intimidade com a temática epistemológica e filosófica (tanto da ciência como do ensino) acontece? Eu fico me perguntando isso... talvez o maior desafio seja buscar formas de repensar os territórios do conhecimento dentro da formação inicial, de forma que a tão estimada autonomia intelectual seja alicerçada num projeto pedagógico, planejado e construído pelos professores dos cursos de licenciatura. Só nisso já entram muitas questões que teriam que ser levantadas e pesquisadas: o que leva à maior ou menor profundidade, intimidade ou diálogo dos discentes com as temáticas epistemológicas da ciência geográfica? Como isso tem ocorrido? Quais as perspectivas dos alunos e dos professores no Ensino Superior? O que poderia ser mantido, o que poderia ser transformado? Quantos fatores se relacionam a essa discussão (curriculares, metodológicos, contextuais, etc.)? Mas aí já entro em discussões que não tenho base, são só percepções mesmo... Devaneios para seguir questionando, pesquisando, aprendendo...